quarta-feira, 27 de abril de 2016

natural

"Que te dizer? (..) que te esperarei um dia na rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim? É tão pouco. Não te preocupa. O que acontece é sempre natural."

Caio Fernando Abreu

domingo, 24 de abril de 2016

"Sempre que se cante uma cantiga de ninar e (...) que, por HÁBITO ou INCLINAÇÂO, a gente se entregue a cantos e danças, a folguedos, para marcar a passagem do ano; sempre que uma mãe ensina a filha a tricotar; ... veremos o folclore em seu próprio domínio, sempre em ação, VIVO e MUTÁVEL.

HÁ QUEM DIGA QUE AS PESSOAS FAZEM TUDO ISSO PARA NÃO ESQUECEREM QUEM SÃO..." (Ângela maria da Costa)

sábado, 14 de novembro de 2015

rrrrrrrrrrrrrrrrrr

Por favor!
me diga alguma coisa que eu ja nao tenha visto.
Me de um trecho de algo que eu ja nao tenho lido.
Me afague com notas novas/
me afogue com letras tortas. Tontas, tronchas... Mas novas!

Nao quero mais os mesmos quadrantes,
nao quero mais ser o que antes.
Nao quero mais,
Quero muito,
quero amantes.

Me desculpe  a discordancia
a falta de acento
a falta de assunto.
Meu teclado deu pane
Eu sei de quando
 mas nem sei como
- Estou aprendendo a escrever sem pontos


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

à deriva

Partir. Deixar um porto pra se entregar a outro. 
Suave, seguir o fluxo, abrir-se ao mundo.
Fluir. Soltar o remo, sentir o rumo: se deixar conduzir pela corrente, como um barco à deriva que não teme: confia.
.
Aprender a ser em sintonia com a maré e seu ciclos. Adaptar-se.
Vogar -- vôos, vozes, vertentes e vibes: nas rotas que se cruzam, se encantar com a sincronicidade de encontros acasos. Se deleitar com a quântica de outros tantos, marcados.
.
Transpor pontes, passar torrentes e encontrar pessoas que buscam -- em meio ao caos, farejam, perambulam, sonham. E inventam rotas, encontram sentido. 
Observar como cada uma delas é perfeita para aquele espaço-tempo. Tocar, trocar; ser transformada: por elas ver novas direções, outros meios, tantos pontos.. . 

Sentir o vento, içar a vela: Fazer da fé, alquimia; da incerteza sua própria quilha. Seguir. 
~ Querer ficar e ir; se ver ali: no meio :: Chegar e querer partir; só ser assim: anseio. ~ 
Perceber-se rio pleno, água em movimento, impelida pelo desejo de ficar. Afinal e ao inverso, é justamente a vontade de voltar que nos faz ir -- pra cada chegada a um porto, uma partida de um outro. Que mais adiante, será destino, retorno. .
Zarpar: habituar-se com a ausência, o nada, o vácuo. .*Abandonar-se*:: a cada cais, deixar pra trás um tanto de si mesmo; pra ser além, ser mais, ser mar.
.
E assim, perene como as marés, o navegante vai e fica. Parte o corpo, fica a aura, o vazio do dorso. E a saudade dentro, sempre :: reparte-se ele todo. 

Pois cada partida é iminência de outros encontros.
É morrer um tanto,
Pra nascer logo adiante, de novo.

.............................
 texto 'de travessia' - São Paulo - Campo Grande, setembro 2015


domingo, 12 de julho de 2015

"A Poética do Espaço" - trecho

"A casa, na vida do homem, afasta contingências, multiplica seus conselhos de continuidade. Sem ela o homem seria um ser disperso. Ela mantém o homem através das tempestades do céu e das tempestades da vida.
A casa abriga o devaneio, a casa protege o sonhador, a casa nos permite sonhar em paz.
Com a imagem da casa, temos um verdadeiro princípio de integração psicológica. (...) Examinada nos horizontes teóricos mais diversos, parece que a imagem da casa se transforma na topografia de nosso ser íntimo. (...) Vemos logo que as imagens da casa seguem nos dois sentidos: estão em nós assim como nós estamos nela." (BACHELARD. 1978)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

o peito azul, o dia cinza

.. Guardara, em seu tempo, 1 momento.
Não por si, nem por nada..
Só mesmo pelo pulso. E o desejo.

::a chuva chiando; o vento vindo::

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Anafaia

Passados meses, voltar pra casa é como um retorno a si mesmo. É encostar a porta, olhar pra dentro... Estranheza e contentamento.

Voltar pra casa é tirar a poeira que ficou guardada, como se os móveis cantassem o abandono. É deixar-se empoeirar em repouso, pós-ventania que lhe preenchia os dias. É ver as coisas dispostas no mesmo lugar, mas como se fossem outras; dado o tempo que lhe poliu as retinas. É reaprender a admirar a Luz que escapa pela cortina.

Voltar pra casa é como se olhar no espelho. E quase não reconhecer as próprias pupilas. É reviver o silêncio que ficou perto. É retroceder, no tempo, 1 metro. Se habituar ao fuso, do relógio que anda n'outro compasso - e não mais corre; dança.

Passados meses, voltar pra casa é deixar de estar, voltar a ser. É andar de um cômodo ao outro, sem saber qual melhor abriga tudo isso que você se tornou. Voltar pra casa é como ver, no vazio do espaço, sua imagem refletida.

:: Quem mudou fui eu ::

quarta-feira, 7 de maio de 2014

do que é

- Esqueci do dia..
- Td bem, relax..
T'amo junto sempre.. ~ na eternidade não tem calendário
 _/\_


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Andava ao léu, 
vagando estrelas, 
cruzando esquinas
- percebeu dar voltas 
ao redor de si mesmo.

Cansou.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Mantinha o olhar reto, acima, 
O peito estufado, quase não ria.

Adentro, o medo.
Sabia...
Do caos nas entranhas,
que, num simples sopro,
ali, alinhado, ela
harmonicamente, causaria.

:: maremoto dormente ::

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Memórias d um outono chumbo

Chega um ponto q a calmaria de um coração apático vale mais que o frenesi de um peito em brasa.


segunda-feira, 14 de abril de 2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Do que seria feito o homem, quais veredas o conduziam?
O que lhe preencheria os olhos, num domingo entregue ao ócio?
O que lhe abarcaria o timo, numa tarde de Sol a pino?
a mata, a alma, o rio
.........( ? )

Sem saber, ela fechou os olhos
E vislumbrou o mundo
- 1 germe, 1 selo, 1 fundo.

Nada que fosse muito..
Só água, já seria tudo.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

sexta-feira, 28 de março de 2014

:: era feito de vento ::

Sim. Estava completo.
Repleto de si e da areia alheia q lhe permeava. 
- Há tempos pelo outro disposto, aquele brio era, agora, sua própria aura. 

Não havia vazio se não do céu q se entrega à cadência luminosa das constelações em brasa.
Não havia o que, sequer, ser entregue - tudo já estava posto, transposto, leve. 

Ela tangia o rio - logo mar - q às noites contemplava.
Agradecia em silêncio, o luar - quase azul - q a completava.



quinta-feira, 27 de março de 2014

quarta-feira, 26 de março de 2014

De tão perto, tão dentro,
ecoava baixo, fazia um vácuo.
- transcendia o vazio dos relógios,
as léguas pelo chão entreposto, 
o breu do verbo em repouso.

:: era brio-luar, era mar, era mais ::

:: Logo além, orvalho ::

Longínquos são os selos,
do peito que se desdobra e abre.
Ébrio,
pulsa, 
vê, 
invade.
Inventa manhãs de floresta, 
água e mate. 
Imagina o céu e silencia 
- bem sabe quão já é tarde...

Deixa ao sereno a missão 
de se cumprir a senda
de musgo,
 signos,
sintaxes
Vontade..:
semente que flui e arde.

sábado, 22 de março de 2014

PalavrasSãoChaves

Dispostas ao papel - alvo como a mente de quem nasce ou morre - delineiam em verso o sopro de uma vida extensa (existência escrita..)

...São a senda por onde se desprende o silêncio. Sorrateiro, sinestésico; fugaz em essência.

..1 dia, 3 noites; 1 sempre sendo pra lhe soar aos tímpanos esses rascunhos todos. Tortos, libertos; completos quando da cumplicidade de seus pontos postos, suas vírgulas adjacentes.

:: Lês?

..exclamaria como quem descobre a aurora por detrás da rocha. Ainda plena, manteria as interrogações infindas sobre o que eh, como foi; de onde será a fibra, a grafia, a língua.

Pautaria as notas de sua fala falha; os hífens de sua rima rica.
Pontuaria os portos deste rio-mar (violeta, anil), até o deleite inóspito 
da reticência.

quinta-feira, 20 de março de 2014

#Tanka confesso


Da flor, o enredo:
céu no mar violeta
- na rocha, vereda

Da vista, o desejo
O marujo, pretexto